A casa abandonada
Circundada por árvores, erguia-se contra o tempo uma casa abandonada. Era uma construção de modelo muito antigo cujas paredes já estavam desgastadas pelos anos.
Havia uns degraus de pedra que conduziam à varanda onde o piso apresentava rachaduras provocadas pela infiltração das águas que eram trazidas pelas chuvas. Devido a esta umidade, cresciam nestas deformidades, líquens que se assemelhavam a tapetes verdes fixados ao solo.
A madeira de que eram constituídas as portas e as janelas estava sendo corroída pelas traças, pelos cupins, que, aos poucos, abriam pequenas fendas, permitindo com isso o aceleramento do desgaste da casa.
Era dividida em amplos cômodos, tendo sua pintura interior um pouco conservada em relação à sua pintura exterior que assumia uma coloração neutra. As janelas tinham em seu centro trincos enferrujados pelo abandono. O telhado não resistindo aos fortes temporais, havia em determinados pontos se desfeito em pedaços.
As portas eram em arco e na frente da casa plantas rasteiras e ervas daninhas se emaranhavam entre as roseiras do que até então havia sido um belo jardim.
No parapeito das janelas também se entrelaçavam plantas trepadeiras que formavam ondas e círculos. O mato crescia e encobria tudo.
No teto da casa as aranhas haviam feito com suas teias uma obra-prima da natureza. Ali, naquela casa jogada no esquecimento humano, ainda existiam seres que faziam do seu desgaste a sua moradia.
A orelha e o brinco
- Ai, ai, ai! Como me cansa te sustentar!
- Quem manda você ser tão insignificante!
- Veja lá como você fala. Sou muito importante e além do mais se eu não existisse você não estaria aqui.
- Pois, eu sou muito bonito, tenho pedras brilhantes e sem mim você seria totalmente sem graça.
- Pois fique o senhor sabendo que a qualquer instante a minha dona pode te trocar por outro brinco. Enquanto a mim, sou insubstituível e de grande importância.
- Hunf! Por favor, não quero mais falar com você. Sua petulante!
O brinco todo orgulhoso não ligou para a orelha e passado meia hora, Alice cansada, tirou o brinco e o guardou no fundo da gaveta.
A orelha muito feliz concluiu então:
- Agora brinco orgulhoso, aprendes a lição: “Todos por menor que sejam, são importantes”!!
Lábia infalível
Naquela manhã o sol erguera-se brilhante, o tempo quente anunciava que seria um dia muito cansativo. Levantei-me cedo, afinal era uma vendedora e não uma marajá que podia dar-se o luxo de dormir até mais tarde. Peguei firme no trabalho e comecei a percorrer as casas de diversas ruas tentando vender as minhas mercadorias.
No período matutino não obtive nenhuma venda, talvez pelo fato de que a maioria das pessoas ainda possui idéias machistas em relação à mulher, pensando que esta deve trabalhar em casa. Meus pés estavam doloridos, mas não desisti pois era boa de papo, contava com minha lábia de vendedora para vender os meus produtos, que eram sortidos. Encontraria um freguês.
Encaminhei-me para um bairro de classe média, parei em frente a uma modesta casa e bati à porta. Logo apareceu uma mulher de aparência cansada, devia estar na cozinha pois tinha um avental amarrado em sua cintura. Começei dizendo:
- Boa tarde. Vejo que a senhora tem se dedicado aos afazeres domésticos, esquecendo-se da sua beleza. Mas não se preocupe pois tenho, aqui, algo que a tornará muito elegante.
- O que você quer dizer com isso? Que eu não tenho elegância?
- Pelo contrário minha senhora. Justamente por possuí-la é que deve preservá-la.
- Pois fique sabendo que este papo é antigo e se você pensa que vou comprar as suas bugigangas está muito enganada! Você é a terceira vendedora que aparece por aqui.
- Ora, mas pelo menos veja o que tenho aqui para a senhora.
- Está bem. Mas, depois de olhar você vai embora, pois tenho muitas coisas para fazer.
- Claro, sem dúvida! Bom, tenho aqui um secador de cabelos que deixarão os seus tão bonitos como as das artistas da televisão!
- Que pena, mas não estou interessada em parecer-me com artista nenhuma.
- Mas pense bem. Esta é uma oportunidade que não se deve perder!
- Sim, tem razão. Estou é perdendo o meu tempo com esta conversa mole.
- Vejo que a senhora é um osso duro de roer. Não é de admirar que os outros vendedores não conseguiram vender os seus produtos.
- Nisso, você tem razão. Sou uma pessoa de firmeza. Por isso, acho melhor você desistir.
- Sim, eu poderia desistir se não tivesses que alimentar os meus filhos. Sou viúva e tenho que me virar sozinha...
- Puxa, desculpe-me!! Não sabia que a situação estava tão feia.
- A senhora nem queira saber. Hoje, então, não consegui vender nadinha.
- Bom, pensando melhor, acho que vou comprar o secador de cabelos. Afinal, tenho que cuidar também da minha aparência.
- Obrigada, a senhora tem muito bom gosto!
Saindo do bairro pensei comigo:
- Minha lábia é infalível! Como uma mentirinha, às vezes, salva a pátria. Imagine, eu nem mesmo sou casada!!
FIM : )
Brinco petulante e soberbo!!!
ResponderExcluirImagina ter um brinco assim...paz.
ResponderExcluirBeijo Lisette
Meu amigo internauta!
ResponderExcluirVocê que é meu amigo,
você que sempre me socorre quando preciso,
você que fala de assuntos interessantes
às vezes coisas banais que para mim são tão importantes!
Você, que,
às vezes,
tão longe,
mas que sinto tão perto em meu coração...
Você, meu amigo,
que não vejo os olhos,
mas sinto a alma,
está sempre próximo,
bem mais perto do que a própria tela,
está mais próximo do que imagina...
Você meu amigo,
que invadiu minha vida,
fez-me gostar-te muito,
que não veio apenas através de um cabo telefônico,
mas veio do vento,
vento que nos leva para o encontro das nossas alegrias
para a proximidade dos nossos sonhos.
Você é especial,
e tudo o que se refere à você.
São tão importantes para mim:
as suas alegrias, as suas mágoas, as suas histórias e suas aventuras,
quero-te sempre próximo de mim!
Você meu amigo,
que é muito mais que um encontro virtual,
é a realidade dos meus dias!
Por você eu navego,
por você eu crio,
por você eu tenho suportado tantas coisas,
com tanta força...
A você meu amigo,
gostaria de fazer alguns pedidos:
Que você sempre permaneça,
em minha vida,
em meu coração.
Que seja meu eterno amigo;
além da tela,
além do tempo,
aqui dentro do meu coração...
(autor desconhecido).
Uma boa semana.
beijooo.
Adoro ler tudo que coloca aqui.
ResponderExcluirE de fato a razão é bem esta, todos são valiosos pouco importa seu tamanho.
Beijos!
Bota petulante nisso...hehehehe!! Beijos Daniela!! :)
ResponderExcluirHehehe...pensa, não é?!! Um grande beijo Lisette ;)
ResponderExcluirOi, Ana querida, não precisa pedir guria, estarei sempre junto ao seu coração..hehe!! Um grande beijo prá ti, uma ótima semana ;)
ResponderExcluirOi, Hamilton amigo querido, com certeza todos têm o seu valor, a sua importância. Obrigada por sua presença sempre amiga e carinhosa! Um grande beijo no seu coração ;)
ResponderExcluir