Pensei que ontem faria sol, mas nublado ficou. Chuva fininha. Parece a terra da garoa. Friozinho outonal. Hoje, previsão de mais frio, mais chuva. O vento gelado invade nosso ser. Ontem, fomos visitar o nosso amigo que está com câncer. E ele estava debilitado. Um tanto quanto desanimado. São os efeitos da quimioterapia. Uma tristeza sufocou o meu coração. Tínhamos comprado no Mercado Público aspargos. Vejam só. Pois recebi uma apresentação em power point enviada por uma amiga na qual um bioquímico descreve as propriedades benéficas de tal vegetal para a cura e para a prevenção contra o câncer. Quem desejar maiores informações a respeito é só deixar o seu endereço eletrônico (ou enviar um pedido para o endereço yelizus_leonam@hotmail.com) que eu enviarei a referida apresentação de slides. Por sinal, muito interessante. Então, como quem está na chuva é para se molhar e quem está na guerra tudo vale à pena, levamos os aspargos para nosso amigo. Assim ele poderá fazer um purê tomando algumas colheres por dia. Se na cura não concorrer pelo menos mal nenhum lhe fará. E interessante, também, é que muitas pessoas desconhecem tais propriedades dos aspargos. Nós ignorávamos até então. Aqui, foi um custo encontrá-los. Só conseguimos comprá-los, lá, no Mercado Público. E não foram, aqui, cultivados. Vieram do Peru. De longe. Parece que o seu uso não é muito difundido no cardápio sulino. Levamos, também, malva silvestre. Para combater inflamações na sua boca e garganta (pois o câncer é na sua laringe). Os “sapinhos” que existem e são muito comuns em quem faz quimioterapia. Com uma colher de sopa da malva infundida em um litro de água quente, reserva-se tal chá para que quando se esfrie, ele possa fazer bochechos assépticos. Enfim, tudo se faz para que se possa minorar os efeitos e o sofrimento resultantes de um tratamento como aquele (radioterapia e quimioterapia). Ali, olhando para nosso amigo, mesmo sem querer, sem demonstrar-lhe, pensei na morte. Na finitude humana. Na nossa contingência. Somos frágeis e efêmeros. Mesmo sabendo disso tudo não pude evitar um sentimento de tristeza e de profundo pesar. Estávamos, ali, dando força ao amigo, mas sentíamos a cruz pesar. Que bom seria poder arrancar do seu corpo toda a doença. Tirar com a mão, como diziam os antigos, todas as dores do seu coração. Eliminar o seu sofrimento. Que bom seria se encontrassem, definitivamente, a cura para esse mal que aflige tantas pessoas. Inclusive os nossos mais próximos. Que bom seria se não houvesse o “lobby” da indústria farmacêutica que, com certeza, não tem interesse que a cura seja encontrada. Porque isso seria o seu fim. Pense-se no prejuízo dos grandes laboratórios. Verdadeiras multinacionais. Transacionais. A indústria da dor e da doença. Pensei naquele menino indiano que assisti numa reportagem de um noticiário de um dia qualquer do inicio deste ano. Ele possui um saber precoce e quer ser médico para tratar e curar os males do câncer, da AIDS, daquilo que, oficialmente, ainda não tem cura. Não me recordo o seu nome. Só sei que naquele momento em que o vi naquela reportagem fiz uma oração para que ele fosse abençoado naquele seu intento. Quem sabe ele, um dia, já médico e mais velho trará alento a tantos doentes, a tantas pessoas do mundo inteiro?! Ninguém sabe o que está por vir. Quem sabe. Até lá, continuamos com o tratamento da medicina ortodoxa, aliada às terapias alternativas da medicina oriental, auxiliada pelos recursos da medicina popular. Chás, ervas, aspargos. A força dos aspargos. Aqui, em casa, já os vamos consumir. E para o bom ânimo do amigo, a força da nossa amizade. Estamos aqui e não vamos deixar a peteca cair!! Jamais! Parafraseando o famoso general, Júlio César, dirigindo-se ao exército romano, "não entregaremos as nossas àguias"!!! A àguia era o símbolo do Império Romano. E tal invocação remetia o sentido de não abandonar a luta, não fugir do campo das batalhas. Então, "não vamos fugir da raia", não. Aspargos e amizade no cardápio do nosso amigo...hehe!! Um bom final de semana a todos : )
Bom dia, Alexandre:
ResponderExcluirÉ verdade não é fácil mesmo. Mas que maravilha que está bem e curado! Por isso a força da amizade! Obrigada pelo carinho, pela visita e pela partilha do seu sentir e do seu pensar. Um bom final de semana para você Alê, beijos no seu coração ;)
Ter amigos é algo suprime na vida de qualquer pessoa!
ResponderExcluirÓtimo final de semana a vc!
Beijinhos
Por vezes, a amizade é a própria curandeira.
ResponderExcluirAo enfermo é importante saber que as pessoas que o rodeiam (amigos) não desistiram dele, e que ele mesmo não pode desistir de sí mesmo.
Seu texto poético nos deixa claras intenções, quem dera o mundo todo as tivesse. Me lembro bem do ainda novo menino precoce, também torço para que seus esforços se alinhem a seu intento, e abençoado seja para as conquistas da medicina.
Importante também, achei difundir propriedades medicinais encontradas na própria natureza, isso nos faz aprender a cada dia, e quem sabe poder ve-la como aliada a natureza, não só de ervas daninhas é que se tem um ecossistema.
Beijos e melhoras ao amigo.
Que este nem os amigos entreguem a águia querida.
Bom dia, Rute, com certeza ter amigos é sempre um tesouro sem fim! Desejo-lhe, também, um ótimo final de semana, beijos ;)
ResponderExcluirBom dia, Hamilton:
ResponderExcluirSim, para quem sofre com a doenção é muito importante a presença carinhosa dos amigos. Também vi aquele menino indiano. E acredito na força do bem de pessoas como ele. E, sem dúvida, a natureza é nossa grande aliada nos tratamentos tradicionais. Obrigada, Hamilton pelo carinho e pelos votos de melhora ao nosso amigo. É isso aí, não entreguemos as nossas águias!! Bom sábado, bom dia, boa tarde, bom final de semana, beijos ;)
Olá Susiley
ResponderExcluirInfelizmente a gente não pode tudo. Ah se a gente pudesse tirar os males do mundo, as doenças, a dor... Mas, paciência, não é assim.
Esse tratamento com quimio e radio maltrata muito as pessoas, dá uma pena... sei muito bem, minha cunhada, ano passado teve um cancer na cabeça que foi um tormento. E a gente fica totalmente impotente. Mas, não dá pra derrubar a peteca. Não mesmo, enquanto tiver forças, há que lutar. Lembra aquela passagem da história, quando, nas Termópilas, Xerxes ameaçou a insignificante defesa grega dizendo: "Minhas flechas são tão numerosas que obscurecerão a luz do Sol"? Lembra o que Leónidas respondeu?? Ele disse: "Tanto melhor, combateremos à sombra!" Acho que é por aí amiga. Diga a ele que não me esqueço nunca, nunquinha e minha mãe também. Ela optou por rezar para amenizar as dores. Ela sabe das coisas, já faz muito tempo que ela nasceu. Bjssssssss
É mesmo Marli. Linda lembrança e passagem. Mais linda e sábia ainda é a sua mãezinha. De fato, ela sabe das coisas mesmo. Agradeço sua carinhosa partilha. Um grande beijo no seu coração, bom final de semana ;)
ResponderExcluirQue lindo Suzi, adorei!
ResponderExcluirbjs
cintia
Oi, Cintia:
ResponderExcluirObrigada. Beijos no seu coração ;)
Linda postagem!
ResponderExcluirTambém rebebi o e-mail sobre o aspargo... Antes disso, o médico biomolecular que acompanha meu filho também já havia recomendado... Só que é muito difícil encontrar aspargos frescos aqui no Brasil... Os "em conserva" não substituem os frescos, mas mesmo assim são deliciosos.
Gostei muito da analogia entre a força dos aspargos e a da amizade... Ficou singelo e poético!
grande abraço!