Aviso aos navegantes: viver é preciso! A vida urge a cada segundo, a cada instante. É ela que teima em escapar sob os escombros do malsinado terremoto no Haiti. A vida, como a flor de Carlos Drummond de Andrade, rompeu os destroços, venceu o ódio, o tédio. Nasceu de sua mãe resgatada nas mãos de uma tenente médica brasileira: Daniela. Dani nasceu para ser mais uma criança haitiana. A vida em meio ao cheiro de morte surge mais vigorosa. E se depender daqueles heróis brasileiros que, lá, engrossam as tropas pela paz, então, ela será mais uma criança salva de um mundo que a priva de apenas ser uma criança. A capoeira, o futebol levados pelos brasileiros atenuam o sofrimento. Os sorrisos surgem naqueles rostos pueris. É preciso continuar. “Navegar” é preciso! Viver é urgente! E a vida continua. Retoma seu caminho. Basta de gangues rivais! Haitianos fugindo de outros haitianos. A miséria já é demais. Os problemas maiores ainda. Há fome, há doenças, há a triste sina daquelas crianças condenadas à morte por inanição, morrendo lentamente em agonia por falta de alimento. Mais o povo não perde a alegria. As imagens daquelas mãezinhas franzinas que carregam um balde de àgua como se fosse um troféu. É mesmo um troféu, uma vitória da vida. Foi preciso uma tragédia como essa para que o mundo voltasse os olhos para a nudez miserável do povo haitiano. O Haiti é lá e é aqui também. É no mundo inteiro, onde existem pessoas vilipendiadas nos seus direitos humanos. É responsabilidade de todos. De todos os países e de cada um. Estamos todos no mesmo barco, viajantes na mesma e grande “canoa” denominada Terra. Logo, “navegar” é preciso! Esquecer o terror. Buscar outros sobreviventes. Cuidar dos feridos. Reconstruir o país. Restabelecer a vida. Não adiantam os lamentos. Não adiantam as lamúrias. As pessoas necessitam de ações eficazes. Entrega de alimentos. Reconstruções de suas casas. Defesa e cuidado de suas crianças. Afinal, quem salva um pequeno, quem salva uma vida, salva o próprio mundo! Pois a vida não tem preço. Não tem concorrência. E ela ressurge viva para derrotar todas as mortes. Zilda Arns, vítimas do terremoto, brasileiros civis e militares, suas vidas não foram em vão! A cruz está, lá, intacta. Sinal de esperança. Da fé e do trabalho que devem continuar! Pois a vida é isso. Tropeços, derrotas, caídas, desastres, tragédias, feridas. Mas é acima de tudo recomeço, ponto de partida para outras histórias de vida!! Viver é preciso!! Vamos lá!!
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