terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Primeiros erros...

“Meu caminho é cada manhã, não procure saber onde estou. Meu destino não é de ninguém, eu não deixo meus passos no chão. Se você não me entende, não vê. Se não me vê, não me entende. Não procure saber onde estou, se o meu jeito de surpreende. Se o meu corpo virasse sol, minha mente virasse sol...mas só chove, chove, chove”...diz a letra da canção...do Capital Inicial. Aqui, chove a cântaros. É, Juremir Machado com seu inteligente artigo “O Haiti (não) é aqui” (Correio do Povo, terça-feira, 19/01/2010), ele (o Haiti) é mesmo aqui, é lá, é acolá, alhures...enfim, o que resulta de positivo e importante do grande embate que se constituiu nos dois grupos, os do contra e os a favor, é que a vida deve ser prioridade sempre. Seja lá ou cá. Somos todos iguais, embora muitos governos, muitas nações, muitos profissionais, muitas pessoas, acreditem que iguais são uns poucos ou apenas uns grupos. Concordo que as antigas metrópoles (Inglaterra, França, Portugal, Estados Unidos e outras) devem pagar a conta e/ou quitar todas as dívidas dos países que foram por eles durante séculos explorados. E alguns ainda continuam a explorar. Mas a Itália de tantos escândalos, pelo que li num noticiário, já resolveu “perdoar” a dívida externa do Haiti para com seu país. Proferiram o “mea culpa”. Como a bondade surge depressa após a poeira de um grande abalo sismíco que sacudiu a terra... É uma rapidez espantosa. Só esperamos que ela não suma com a mesma velocidade que apareceu. Pois será preciso “Sacudir a Terra” para difundir que sem “fé e trabalho” (religiosos ou aconfessionais) nada será eficaz e perene. Seja, aqui, em Porto Alegre, no RS, no Brasil; seja, lá, no Haiti, nos países, no mundo, no planeta. A grande questão é, sempre foi e sempre será o egoísmo humano. A começar por nós mesmos. Será que sempre fazemos alguma coisa sem querermos algo em troca? Eu, também, gosto de escrever e receber o retorno de que os outros lêem o tema em pauta. É a vaidade do escrever...hehe.. Todavia, a boa troca é sempre bem-vinda e salutar. Há a boa troca quando não há vencidos nem perdedores. Pelo contrário, todos ganham. E ganhamos quando tentamos pôr em prática as lições de partilha, de solidariedade, de verdadeira amizade e de proteção e valorização da vida de todos sem distinção. Se provocarmos com o que escrevemos, um pouco de reflexão, já terá valido à pena acreditar que um “Haiti ou haitis novos” são possíveis. Vamos rezar e agir no nosso possível. Afinal, será que nós seres humanos, ditos racionais, somos capazes de produzir (ainda não assiti mas, agora, vou fazê-lo) um filme de grande repercussão de bilheteria nos cinemas, como o tal de Avatar, com os mais avançados efeitos tecnológicos, em 3D, e não conseguimos operacionalizar uma logística que, efetivamente, distribua os alimentos, que contenha a violência, que salve mais feridos, que trate dos necessitados seja no Haiti, aqui ou acolá?!! Não estamos persistindo em nossos “primeiros erros”?! Errar é humano, mas persistir no erro, diz o ditado popular, é diabólico ou no mínimo uma grande estupidez. Façamos a nossa parte então, com ou sem chuva.







6 comentários:

  1. Refleti sobre as colocações de hoje (19/01/2010) e fiz algums especulações sobre a matéria abordada à luz do Evangelho (O Pastor e a ovelha perdida). O que ouvi no jornal televisivo do almoço como comentário sobre o caos que vive o Grupo Hospitalar Conceição no seu todo, incluindo, especialmente, os serviços médicos que estão desfalcados e impotentes para o atendimento da demanda dos menos favorecidos. Da mesma forma, a emergência do Hospital de Clínicas solicita que os pacientes não procurem a emergência do hospital que se encontra impotente para o atendimento dos que, ali, chegam de todas as partes do Rio Grande. Demonstrando, de forma cabal, que os atendimentos do SUS estão falidos! Li, também, o comentário do cronista Juremir do Correio do Povo, sentei-me à mesa no almoço e aproveitamos aquela refeição para trocarmos impressões e idéias, soluções, etc. Conversamos sobre as providências que estão sendo tomadas no atendimento aos nossos irmãos da América Central, o Haiti. Tenho a minha versão sobre o fato: a coisa começou errada, desde a independência daquele país. Há 200 anos. Quando colônica francesa, os escravos promoveram a independência daquele país, reconhecida pela comunidade internacional. A França responsável pelo estado de coisas daquela época, agora, está silenciosa. Não quer saber nada disso. Não quer revolver feridas do passado. Se omite. A grande nação, os EUA, na minha visão, estaria muito mais preocupada em que os haitianos penetrem no seu país de maneira desordenada e venham provocar problemas sociais e econômicos para aquele país. Parece-me que está havendo uma enganação pela mídia. O que é fato é que daquele país, sem riquezas naturais, como petróleo, minerais, etc, os EUA não têm qualquer interesse econômico como os presentes no longínquo Oriente Médio, especialmente, no Iraque e no Afeganistão. Eles mantêm, ali, uma guerra interminável. Semeiam o ódio, pela pressão econômica financeira que exercem naqueles países. Sugam, pelos seus tentáculos, e barganham suas riquezas minerais, especialmente, o petróleo. Os islâmicos, em geral, não são burros, perceberam as intenções da grande nação das Américas (EUA), que estão, ali, não para defenderem a paz mas, sim, continuar a explorá-los. Não lembram os dirigentes americanos da fracassada guera do Vietnã cujo motivo era a riqueza mineral daquela área. Vivem da guerra. Veículo de exploração que carreiam riquezas para os cofres norte-americanos. Quando se trata de resolver o problema ambiental fogem e refogem de suas responsabilidades como maior bélica do planeta! Que está à serviço de uma minoria, os donos do dinheiro. Seu deus é o dinheiro. E por isso, não acredito na transparência do que estou vendo quando aterrisa um grande avião norte-americano com alimento para atendimento daqueles nossos irmãos. Espero, entrentanto, que os dirigentes americanos vejam na estátua de Jesus que ficou em pé, entendam a mensagem que Ele, aqui, nos deixou. Acho difícil porque realmente eles não conhecem Jesus Cristo. E não se ama quem não se conhece. Será difícil eles verem nos rostos das vítimas dessa catástrofe a imagem e a semelhança de Cristo!

    ResponderExcluir
  2. Suziley,
    Fiquei muito feliz com o seu comentário, mais ainda sendo de Porto Alegre, saudades do Sul.
    Sou das mediaçoes de Passo Fundo Tchê, mas resido em Sampa há 14 anos.
    Minha filha é paulista, mas o Rio grande do Sul é tudo para ela, valorizando as origens..vestido de prenda, chimarrão, churrasco...
    Mas falando nos Haitis, eles existem aqui e nós não enxergamos, somos indiferente, olhamos apenas o nosso lado,"a nossa dor é maior do que a do outro", e assim por diante. Nas aulas de Sociologia costumamos discutir, que temos que começar pelo nosso vizinho, na nossa casa, rua, bairro...cada gesto, por menor que seja, vai fazer uma grande diferença.
    Eu nunca quis assistir, mas na pós tive que assitir; "A corrente do bem", chorei e aprendi muito.
    Abraços,
    Marise.

    ResponderExcluir
  3. Obrigada Canto pelo comentário. O tema está dando "pano prá mangas" mesmo...muitas...hehe!! Só quero deixar "no ar" algumas indagações para sua, para a nossa reflexão, a saber: será que o nosso sistema público de saúde (e também o privado) seria melhor prestado e resolveria o problema de todos se deixássemos de enviar ajuda aos haitianos? Seríamos mais responsáveis e compromissados com nossa realidade se começássemos, a partir de nós mesmos, a "fazer a lição de casa"? Não seria bom destruirmos de vez o nosso "muro de lamentações" e focarmos nas ações que, de fato, promovem a vida?!! Não devemos, mesmo discordando, "amar os nossos inimigos"?!, como muito bem fez o saudoso João Paulo II, o apóstolo da Paz, que perdoou o turco Mehmet Ali Agca, seu algoz?! Pois é. Muitos são os "rostos" do Cristo, assim como o seu para mim também o é. Obrigada, meu querido!! Um abraço.

    ResponderExcluir
  4. Boa tarde, Marise:
    Que legal o seu comentário. Saudações do Sul prá ti!! Salve Passo Fundo!! Não sou natural daqui, mas meu marido e filhos o são. Todavia, hoje, considero-me um pouquinho daqui também. Amo também este chão e as pessoas daqui. Sou natural do Mato Grosso do Sul, Corumbá. Agora sou "matucha"..hehe!! Mais uma vez, parabéns pelo seu blog que acompanho com muito carinho. É isso, aí, você está fazendo a sua parte também. Também assisti o filme "A corrente do bem" e é nisso que acredito, no bem, nas pessoas que fazem a diferença!! Parabéns a sua filha também. Obrigada :) Abraços!

    ResponderExcluir
  5. Olá Suzi! Gostei do texto. Faz-me lembrar o tema da campanha da fraternidade que, se não me engano, era o seguinte: "todos somos irmãos"
    Abraços!
    Marcelo Canto

    ResponderExcluir
  6. Oi, Marcelo:
    Obrigada pelo comentário. Realmente todos somos irmãos!
    Um abraço,
    Suzi.

    ResponderExcluir

Partilhe conosco o seu pensar e o seu sentir!!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...