É esta a conclusão a que chegam os estudos científicos dos especialistas na área. Aliás, nada mais salutar do que trazer à baila as razões daqueles que na sua especialidade nos esclarecem acerca dos conceitos que designam a realidade que nos cerca. Assim é que foi com muita satisfação que em atenção a um anúncio publicado em jornal, participamos, ontem à noite, da palestra e do lançamento do “Manual para saber por que o guaíba é um lago (Análise integrada de geologia, geomorfologia, hidrografia, estratigrafia e história da ciência)”. Trata-se de uma preciosa contribuição dos professores Rualdo Menegat e Clóvis Carlos Carraro, ambos atuantes na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). O evento ocorreu no espaço histórico da Associação Rio-grandense de Imprensa (ARI). Parabéns àquela casa que ao ceder o seu espaço colabora no processo de conscientização e mobilização em torno de um tema tão necessário e prioritário no tocante aos finitos recursos naturais como é a àgua, as àguas do Guaíba. Neste sentido, a Lei de âmbito estadual nº 10.350 de 30/12/1994, veio regular e estabelecer o funcionamento dos Comitês de Gerenciamento das Bacias Hidrográficas no Estado do Rio Grande do Sul. E o que é este tal de Comitê? É um colegiado de entidades representativas dos diferentes segmentos da sociedade e dos órgãos do Governo de acordo com a Constituição Estadual e Federal, como bem salientou a professora Terezinha Guerra, presidente do Comitê para o Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Lago Guaíba. Só amamos aquilo que conhecemos. Por isso para defendermos uma causa faz-se necessário compreendermos sem mistura de erros a realidade que visualizamos, no caso, o querido Guaíba. Faz-se necessário entender como ele é e como funciona. Só assim poderemos resgatar a sua integridade paisagística, geológica, geomorfológica, hidrográfica, ecológica, cultural e conceitual já tão “abaladas”. É com este propósito que o presente trabalho destes dois professores, Rualdo e Clóvis, vem jogar luz na ignorância de nossas “trevas” conceituais. Seja, então, a definição apresentada pelo referido estudo que estamos, aos poucos, digerindo e destrinchando na compreensão dos seus postulados científicos, aliás, o conjunto de evidências que apontam para o status do Guaíba como lago são visíveis e incontestáveis, pois a natureza é o que ela é, independente dos nomes, das legislações, das interpretações ou discussões acadêmicas. Constatam os professores: “O Guaíba é um lago costeiro aberto, com influxo fluvial e canal sublacustrino, e margens definidas por enseadas vegetadas por matas de restinga, alternadas por pontas graníticas com matas altas e baixas, banhados e juncais. Na margem norte situa-se o delta Jacuí, resultante da desembocadura de quatro rios – Jacuí, Caí, Sinos e Gravataí -, que se constitui em importante zona de transição dos sistemas fluviais e lacustre” (o.c. Pág. 62). Enfim, o tema é de importância capital para todos já que sem àgua ninguém vive e a fonte única e principal, aqui, em Porto Alegre, é o tão já poluído Guaíba. Precisamos agir rápido para salvarmos a nós próprios e as próximas gerações!
Querida Suzi, adquiri o livro lançado, ontem. Pela importância da matéria e as necessárias informações repassadas pelos referidos professores, que além disso, são pesquisadores e cientistas, especialistas na matéria "Guaíba", me assustaram bastante. Vou reservar este final de semana, debruçando-me na leitura deste livro. É inacreditável e até criminoso o comportamento de nossas autoridades (Prefeito e Governadora), nossos representantes no Legislativo estadual e municipal, que, realmente, não estão à serviço do povo que lhes passou o poder de gerenciar à saúde pública. A vida dos 4 milhões e 200 mil habitantes que vivem na Bacia Hidrográfica do Lago Guaíba. Pelo que ouvi, na palestra do lançamento do livro, é incompreensível estar ainda se discutindo sobre a égide de leis ou qualquer outro instrumento jurídico, legal, para se justificar a omissão criminosa de nossas autoridades municipais, estaduais e federais! Afinal, nosso Guaíba não é de todos nós?! Por que ainda se discute se é rio, estuário ou lago? Quando a olhos vistos continuamos bebendo àgua imprópria para o consumo? Por que, afinal, também, nossos doutores na matéria de poluição ambiental não são ouvidos por nossas autoridades que ainda pouco discutiam novas construções na Orla do Guaíba, aumentando, substancialmente, a descarga de poluentes no nosso lago Guaíba. Como poderá se permitir, ainda, que a hidráulica do Menino Deus capte as àguas, cada dia mais poluídas e intratáveis por qualquer processo até então utilizadas. As pessoas com algum recurso ainda podem comprar uma garrafa d'àgua e tomar um litro e meio por dia. E nossos irmãos que não têm dinheiro, que não lêem o jornal, que não têm oportunidade de serem informados sobre as características da àgua que vêm bebendo diretamente das torneiras, pois o que estamos falando não são de sedimentos sólidos visíveis?! A contaminação até não aparece pois são de natureza química, até de metais pesados, que com certeza, estão sendo consumidos com a àgua, em suas casas e nos seus ambientes de trabalho. Vamos a leitura.
ResponderExcluirÉ isso aí, Canto. Boa leitura!
ResponderExcluirBjos, ;)