É o que Nelson Rolihlahla Mandela representou para seu país e o que representa para o mundo inteiro. Um Invictus. Em latim: invencível. A trama desenvolvida no 32º filme do talentoso Clint Eastwood cujo título tem o mesmo nome da qualidade atribuída ao líder sul-africano traz às telas dos cinemas um pouco da história de Mandela e da África do Sul. Os fatos passados no filme estão baseados no livro “Conquistando o Inimigo” do jornalista inglês John Carlin. A Àfrica do Sul foi durante muito tempo dominada pela Inglaterra. E os africânderes (descendentes dos brancos) impuseram a sua política do apartheid. Dominavam o poder e subjugavam a maioria negra. Os negros viviam segregados e privados dos seus direitos de cidadãos sul-africanos. E é neste meio hostil que aos 18 de julho de 1918 nasce num vilarejo Qunu, Umtata, na tribo themba, aquele que viria a mudar o rumo da história daquele país africano. Nelson Mandela pertencia à etnia Xhosa, de família nobre. Formou-se em Direito e desde cedo foi um ativista na causa pelo fim da segregação racial e pela união (de brancos e negros) no seu país. Por causa de suas idéias e ações ficou recluso na prisão de Robblen Island durante trinta anos. Mesmo preso, Mandela, não deixou de acreditar numa nação arco-íris (“rainbow nation”), numa coexistência pacífica entre as raças (“melting pot”). Em 1990 o apartheid chega, teoricamente, ao fim e Mandela é posto em liberdade pelo ex-presidente Frederik de Klerk. Em 1994 vence as eleições e torna-se o Presidente de uma África do Sul socialmente conturbada e ainda sob os efeitos da segregação e dos graves problemas que a assolavam. A situação não estava fácil. Todavia, Mandela não desiste. Acredita na superação. Busca uma saída para o seu país e seu povo. Com a percepção e a visão aguçada que somente os autênticos líderes possuem, Mandiba vê na fracassada seleção de Rúgbi (um jogo truculento originado no Reino Unido parecido com o futebol norte-americano), a oportunidade de recuperá-la com a ajuda de François Pienaar (capitão daquela seleção verde e ouro) e levá-la a conquistar a Copa do Mundo de Rúgbi (“Rugby World Cup”) em 1995. E como numa construção poética, inspirada no poema Invictus escrito em 1985 por William Ernest Henley (e que tantas vezes havia sido lido por Nelson Mandela na prisão) o líder sul-africano une-se ao jovem treinador branco numa mesma filosofia: “Um time, um país”. Mandela estabelece o perdão, a tolerância, a compreensão e aceitação do outro como saída para o resgate da dignidade de todos os cidadãos sul-africanos sem distinção. Ele sonha e acredita numa nação multirracial. Ele confia no Springboks (a seleção sul-africana de Rúgbi). As tensões, os conflitos são constantes. Porém, a linguagem universal do esporte consegue realizar o impossível: resgatar a confiança dos sul-africanos no seu país e reunir todos seus filhos, sejam brancos, sejam negros. Nem que seja por algum tempo. Por alguns anos. É certo que o preconceito racial, a injustiça, a violência ainda persistem na Àfrica do Sul. Mas, hoje, aquele país muito já mudou. E graças aquele que primeiro promoveu a mudança em si próprio: Nelson Mandela. A Àfrica do Sul logo em breve será o palco de uma nova copa do mundo, agora, do futebol. Mandela já com seus 92 anos ainda sonha com uma Àfrica do Sul melhor. É o sonho e a esperaça de todos nós. Que a vida supere a morte, afinal somos todos iguais. Iguais porque acreditamos. E como ele (Mandela) procuramos ser invencíveis repetindo: “(...) Não importa o quão estreito seja o portão e quão repleta de castigos seja a sentença, EU SOU O DONO DO MEU DESTINO, EU SOU O CAPITÃO DA MINHA ALMA”(...)!! “I AM THE MASTER OF MY FATE, I AM THE CAPTAIN OF MY SOUL”!! Invictus é uma ótima dica de filme, assistimos e gostamos.
Ótimo texto, Suziley! Bastante esclarecedor, e Invictus tem tudo a ver com Mandela!
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