Amizade e Arte
* Suziley dos Santos da Silva
Arte na França. 1860-1960: O Realismo. Um século de pintura na França. Estava, ali, diante de nossos olhos com todos aqueles nomes que um dia ouvimos falar em aulas de estética ou coisa parecida. Manet, Van Gogh, Renoir, Coubert, Picasso, Cézanne, Goya, Velázquez, Matisse, Dalí, Munch, Di Cavalcanti, Iberê Camargo, Aldo Locatelli e tantos outros pintores...nacionais e internacionais que viveram o período do Realismo daquela cidade luz.
“Les Demoiselles Cahen d'Anvers", as meninas de rosa e azul, para mim o mais belo de Renoir... Arte na França, arte na praça, arte no museu, arte no Margs. Estava lotado e veja que era domingo de centenário do GRE-NAL! Parabéns aos que sucubiram ao desejo de mais conhecimento, de mais cultura. Não vai, aqui, nenhum ranço preconceituoso contra o futebol que também é fenômeno, indubitavelmente, popular e genuíno. E qual brasileiro não o é? Sobretudo, aqui, em terras gaúchas, onde tal manifestação cultural assinala-se, também, pela bipolaridade futebolística entre Grêmio e Internacional. Em que pese o coração vermelho, parabéns aos azuis pela vitória de uma batalha! Mas, ainda não venceram a guerra. Entretanto, ali, no Margs, por apenas um quilo de alimento não perecível podemos contribuir com os menos favorecidos. E por consequência, alimentamos, também, o nosso espírito com o admirar de tantas obras da pintura realista. O realismo nas artes, seja na literatura, na música, na pintura, foi um movimento marcado por representações objetivas, naturalistas. Arte racional, “pés no chão”. “A vida como ela é”, diria Rubem Braga, o “Sabiá da Crônica” como era denominado por seu amigo Stanislaw Ponte Preta.
Entre amigos e perante às diversas telas daquela exposição percebi a figura companheira de algum cão. É isso mesmo. O cão também foi pintado pelos maiorais na arte da pintura. Agora, tento recordar o belíssimo quadro pintado retratando a miséria de um lar em que um cão deixa ao seu dono o último pedaço de pão que possuíam. Uma cena, realmente, tocante. Tal imagem levou-me a refletir sobre o que havia ouvido de um diálogo entre dois jovens namorados, noivos ou esposos, enquanto esperava meu marido que havia entrado na Panvel. Ali, à espera, num dos bancos do Shopping Iguatemi, o rapaz declinava à moça os prós e os contra de adotarem um cão. Fato é que nesta nossa jornada existencial não nos privamos da companhia de algum bicho de estimação. Eles estão sempre, ali, a postos, devotados e fiéis aos seus donos. Verdadeiros “anjos da guarda” e por vezes heróis anônimos. Amizade verdadeira. Como real foi a conquista do homem que aos 20 de julho de 1969 pisou o solo lunar. E para comemorar aquela data, como uma oportunidade de fazer novas amizades em outras partes do universo, o argentino Enrique Ernesto Febbraro, difundiu pelo mundo a fora seu lema: “Meu amigo é meu mestre, meu discípulo e meu companheiro”.
Celebramos, nesta semana, o dia do amigo. Amigo e pintura tem tudo a ver. O amigo é o pintor que retrata a imagem do que realmente somos. Pinta as nossas nuances, por vezes, escapam para uma imagem mais impressionista, mais abstrata. Por vezes, o cubismo é o que dá o tom. Mas, enfim, são imagens pintadas com as tintas da verdadeira amizade. O amigo usa o pincel do coração mesmo quando se torna ácido em alguma crítica. Mas, enfim, é o nosso guardião, nosso porto seguro. De fato, o mundo não está totalmente perdido, pois restam os amigos, restam as artes. Há sempre uma esperança em dias melhores. Afinal, já dizia o Nazareno: “Não há maior amor do que aquele que dá a vida por seu irmão”! Então, vamos lá. Amar custa tão pouco. Quase nada. Apenas um quilo de alimento não perecível para o Margs até o dia 30 de agosto. E o cãozinho? Adote um. Há muitos necessitando de um lar que lhes dê alimento material e amor incondicional. Amor incondicional, igual aquele dado pela cocker Florinha à família do escritor Rubem Alves. Vamos lá.
* Analista Judiciária do TRE/MS, com lotação provisória no TRE/RS.
Porto Alegre, RS, 23 de julho de 2009.
* Suziley dos Santos da Silva
Arte na França. 1860-1960: O Realismo. Um século de pintura na França. Estava, ali, diante de nossos olhos com todos aqueles nomes que um dia ouvimos falar em aulas de estética ou coisa parecida. Manet, Van Gogh, Renoir, Coubert, Picasso, Cézanne, Goya, Velázquez, Matisse, Dalí, Munch, Di Cavalcanti, Iberê Camargo, Aldo Locatelli e tantos outros pintores...nacionais e internacionais que viveram o período do Realismo daquela cidade luz.
“Les Demoiselles Cahen d'Anvers", as meninas de rosa e azul, para mim o mais belo de Renoir... Arte na França, arte na praça, arte no museu, arte no Margs. Estava lotado e veja que era domingo de centenário do GRE-NAL! Parabéns aos que sucubiram ao desejo de mais conhecimento, de mais cultura. Não vai, aqui, nenhum ranço preconceituoso contra o futebol que também é fenômeno, indubitavelmente, popular e genuíno. E qual brasileiro não o é? Sobretudo, aqui, em terras gaúchas, onde tal manifestação cultural assinala-se, também, pela bipolaridade futebolística entre Grêmio e Internacional. Em que pese o coração vermelho, parabéns aos azuis pela vitória de uma batalha! Mas, ainda não venceram a guerra. Entretanto, ali, no Margs, por apenas um quilo de alimento não perecível podemos contribuir com os menos favorecidos. E por consequência, alimentamos, também, o nosso espírito com o admirar de tantas obras da pintura realista. O realismo nas artes, seja na literatura, na música, na pintura, foi um movimento marcado por representações objetivas, naturalistas. Arte racional, “pés no chão”. “A vida como ela é”, diria Rubem Braga, o “Sabiá da Crônica” como era denominado por seu amigo Stanislaw Ponte Preta.
Entre amigos e perante às diversas telas daquela exposição percebi a figura companheira de algum cão. É isso mesmo. O cão também foi pintado pelos maiorais na arte da pintura. Agora, tento recordar o belíssimo quadro pintado retratando a miséria de um lar em que um cão deixa ao seu dono o último pedaço de pão que possuíam. Uma cena, realmente, tocante. Tal imagem levou-me a refletir sobre o que havia ouvido de um diálogo entre dois jovens namorados, noivos ou esposos, enquanto esperava meu marido que havia entrado na Panvel. Ali, à espera, num dos bancos do Shopping Iguatemi, o rapaz declinava à moça os prós e os contra de adotarem um cão. Fato é que nesta nossa jornada existencial não nos privamos da companhia de algum bicho de estimação. Eles estão sempre, ali, a postos, devotados e fiéis aos seus donos. Verdadeiros “anjos da guarda” e por vezes heróis anônimos. Amizade verdadeira. Como real foi a conquista do homem que aos 20 de julho de 1969 pisou o solo lunar. E para comemorar aquela data, como uma oportunidade de fazer novas amizades em outras partes do universo, o argentino Enrique Ernesto Febbraro, difundiu pelo mundo a fora seu lema: “Meu amigo é meu mestre, meu discípulo e meu companheiro”.
Celebramos, nesta semana, o dia do amigo. Amigo e pintura tem tudo a ver. O amigo é o pintor que retrata a imagem do que realmente somos. Pinta as nossas nuances, por vezes, escapam para uma imagem mais impressionista, mais abstrata. Por vezes, o cubismo é o que dá o tom. Mas, enfim, são imagens pintadas com as tintas da verdadeira amizade. O amigo usa o pincel do coração mesmo quando se torna ácido em alguma crítica. Mas, enfim, é o nosso guardião, nosso porto seguro. De fato, o mundo não está totalmente perdido, pois restam os amigos, restam as artes. Há sempre uma esperança em dias melhores. Afinal, já dizia o Nazareno: “Não há maior amor do que aquele que dá a vida por seu irmão”! Então, vamos lá. Amar custa tão pouco. Quase nada. Apenas um quilo de alimento não perecível para o Margs até o dia 30 de agosto. E o cãozinho? Adote um. Há muitos necessitando de um lar que lhes dê alimento material e amor incondicional. Amor incondicional, igual aquele dado pela cocker Florinha à família do escritor Rubem Alves. Vamos lá.
* Analista Judiciária do TRE/MS, com lotação provisória no TRE/RS.
Porto Alegre, RS, 23 de julho de 2009.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Partilhe conosco o seu pensar e o seu sentir!!