quinta-feira, 22 de julho de 2010

A chuva das leis...



Chuva incessante que molha a grama, o asfalto. Molha o telhado da grande cidade que dorme. Chove a cântaros! Cai a água. Estamos aqui. Navegantes. No silêncio rompido pelo som estalante nas telhas. É o ciclo da natureza. A umidade e o frio parecem adentrar pela sola dos nossos pés. Só para nos lembrar de que ela (a natureza) responde à interferência desordenada do homem. Na China, as monções. Na Amazônia, os vendavais. Em Alagoas, as tempestades. Lei da Ficha Limpa. Da proibição das palmadas. Tanta estultice que melhor mesmo é observar a lógica da lei física que nunca se altera. E a ela todos, indistintamente, estão subordinados. Afinal, a lei da gravidade é universal. Vale para qualquer um. E não somente para alguns. Conduta ilibada e honradez devem valer para todos, principalmente, aos investidos do poder público. E a qualquer momento. Não se discute se a lei (da Ficha Limpa) se aplica também aos casos anteriores à sua publicação. Pois para ser probo e honesto não há tempo. Deve ser uma constante. Desde sempre. Os juristas se pronunciam: mas onde fica o princípio da anterioridade da lei eleitoral? E as garantias individuais prescritas na Constituição? Na realidade, se tudo funcionasse a contento, não precisaria nem mesmo uma lei para dizer o óbvio ululante. Bastaria punir e banir da vida pública definitivamente o mau administrador, o político corrupto, o funcionário mendaz. Pois no jogo da boa democracia prevaleceria não os direitos individuais de tais cidadãos mas, sim, a moralidade pública em nome do bem comum. Assunto que dá pano para mangas numa outra ocasião. Pois, por hora, os Tribunais Eleitorais recebem uma enxurrada de liminares em defesa dos direitos individuais dos que tiveram o seu registro de candidatura rejeitado. Outro exemplo da “criatividade” legislativa está no projeto de lei, que já foi aprovado na Câmara dos Deputados, do texto que proíbe qualquer tipo de castigo físico infligido às crianças e aos adolescentes. O que o Código Civil bem como o Estatuto da Criança e do Adolescente já prevê. A inovação da autora do referido projeto está na proibição e conseqüente punição dos pais que forem flagrados dando as chamadas palmadas pedagógicas nos seus filhos. Ou seja, os pais devem tomar muito cuidado pois serão cerceados no legítimo exercício do seu pátrio poder. Nada de palmadas. Caso contrário, serão encaixados em algum programa oficial, algum curso afim e num tratamento psicológico e/ou psiquiátrico, respectivamente. Ora, que se coíba a violência contra os menores é bom e louvável. Agora, o excesso cai no ridículo. E a chuva continua. Cai de forma absoluta molhando as inconsistências das nossas leis humanas. A vida seria mais simples se observássemos e aprendêssemos com a mãe natureza. Leis da física a serviço das leis do dever-ser. Poucas. Mas, essencialmente, boas e eficazes. Cai a chuva... Um bom dia a todos : )





14 comentários:

  1. Suzi que texto maravilhoso!
    Reflexão, ele nos leva à reflexão sobre as leis que nos embalam.

    Realmente, se o homem seguisse a lei da natureza, tudo seria um tanto mais fácil, mas, os homens moldam as leis segundo seus desejos e isso é um problema, porque os seus desejos não satistazem o todo que o elegeu.

    Hoje estava assistindo ao jornal local da manhã. O noticiário falava de um menor de 14 anos que entrou num condomínio, pegou uma senhora como refém com uma faca para assaltar, mas, foi pego pela polícia. Ele poderia ter matado aquela mulher, como acontece por aí todos os dias, mas, foi pego e o que vai acontecer com ele? Nada! Ele é de menor, está assegurado pela lei! Vê se pode? nós estamos a mercê da boa vontade de quem quiser nos tomar nossos objetos e nossa vida. A lei assegura o menor por ele foi 'marginalizado', será que é assim que deve funcionar? Isso me leva à muitas inquietações.

    bjs

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  2. Venho convidar você, para estar em nosso blog e conhecer a nossa convidada a escritora Bruna Longobucco, que nos traz um assunto muito importante.
    Aproveitamos para desejar que você tenha um ótimo fim de semana!
    Um abraço carinhoso

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  3. Oi, Márcia querida:
    É verdade, temos muitas leis, infindas...mas nada efetivas. Criam-se leis desnecessárias e inúteis. Bom, seria se cumprissem as que, aí, estão. O grande problema nosso e do mundo é a educação. Veja só o exemplo que você fala a respeito da notícia do jovem criminoso de 14 anos. Os legisladores e os demais deveriam ser mais simples e objetivos em prol do bem comum. Obrigada por seu comentário, Márcia e pela partilha sempre bem-vinda do seu pensar e do seu sentir. Gostei muit da sua postagem de hoje e já comentei também. Um bom dia para você, beijos ;)

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  4. Oi, pessoal do Espaço Aberto:
    Já passei pelo blog e adorei a postagem e o assunto muito bem abordado e escrito pela Bruna Longobucco. Excelente escritora. Livros e editoras, um assunto importante e sério. Gostei muito. Obrigada pelo convite e pela partilha. Um bom final de semana para todos também, beijos no coração ;)

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  5. E a chuva irá continuar, permanecera a molhar todo o mundo.
    Chora perante pelos que se perdem em individualismo e riquezas.
    A lei vivida é a lei do esperto, que encontra formas de se aproveitar de alguma qualquer situação.
    O homem cria e destrói, imita e copia.
    Julga-se soberano sobre tudo, quando na verdade são somente formigas, carnívoras que se alimentam dos seus.
    Pobre do homem que não entende sua existência, tampouco a necessidade de subsistir.
    Hoje não se pode punir a uma criança, que é criança até sua maioridade, no entanto a julgada criança pinta e borda diante da lei.
    Lei do homem, pois da vida a muito já fora esquecida.
    Infelizmente, a chuva vai continuar.
    O homem, ao invés de aprender procurou se beneficiar.
    Ao invés de crescer fez questão de aprender a se aproveitar.
    E da natureza não se tem piedade, de onde habitamos não teremos segunda chance.
    A politicagem se assemelha ao cafajeste, que ludibria a vitima até conseguir que lhes satisfaça.
    Promete o casamento perfeito, e quando casam de suas palavras pouco se lembram.

    Será que apenas tarde irão notar que seguem o caminho que irão sucumbir?
    Será que seremos novamente ludibriados pelas promessas que jamais irão existir?

    Por vezes penso, seria melhor abrir mão da “evolução” para não ter de ver nossa terra cair.

    Beijos Suziley

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  6. A chuva sempre nos faz refletir sobre algo. Eu acho que ela tem esse poder. E sim, tem tantas leis importantes e urgentes, mas o ser humano anda muito atrapalhado com as próprias invençoes. rs
    Tks amiga pelos suas contantes mensagens de carinho no nosso Milk Shake.
    Eu sei que vc n é essa imagem aí no seu perfil, mas já te vejo assim, uma singela dama. rs
    Bjs! Lu

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  7. Oi Suzy, texto escrito para pensar, não é? Apesar de óbvias, você foi gentil o bastante para nos deixar chegar às respostas esperadas para todos os questionamentos do seu texto. Engraçado a coincidência, mas hoje lia uma revista que trazia alguns dos assuntos lindamente escritos por você e me peguei aqui fazendo as mesmas considerações que fiz lá. Um encanto, bom senso, retidão como sempre! Aliás, sua marca registrada! Um beijo, Deia.

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  8. Suzy... amiga!!! td bem?? estive sumida, mas estou de volta... Esse seu texto faz a gente refletir sobre o que queremos de fato para o nosso futuro...adorei!!!

    Obrigada pela visita no meu cantinho!!!

    Beijossss

    www.criatividadeenostalgia.blogspot.com
    www.vieouviporai.blogspot.com

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  9. Nossa, Hamilton. Que lindo e verdadeiro texto, parabéns!!! Obrigada pela partilha do seu pensar e do seu sentir querido amigo. Beijos no seu coração ;)

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  10. Boa noite, Lu:
    Eu é que agradeço a sua participação e partilha. Obrigada pela visita e pelo carinho. Um grande beijo no seu coração ;)

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  11. Excelente texto !

    E, por enquanto, resta-nos apreciar a chuva e desejar que ela não seja forte demais...

    Beijo

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  12. Boa noite, Déia querida:
    Agradeço, de coração, as suas palavras carinhosas. Que bom que podemos partilhar as nossas reflexões. Beijos para você ;)

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  13. Oi, Vivian:
    Bom retorno, senti a sua falta. Que bom que o texto provocou reflexão. Obrigada pela visita, pela partilha e pelo carinho. Boa noite, beijos no seu coração ;)

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  14. Boa noite, Flora:
    É verdade, apreciemos a chuva e peçamos que ela não se torne demais. Obrigada pela visita e pela partilha. Beijos no seu coração ;)

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