sábado, 3 de setembro de 2011

Apesar dos pesares...


Se tem algo que me tira do sério é falta de educação.  Na rua, no trabalho, no trânsito, nas filas, em casa, seja onde for, é preciso estar atento às regras de civilidade. No velho mundo pós-pós-pós moderno, parece definitivamente não haver espaço para o cultivo da paciência e para o exercício da tolerância. Paciência e tolerância. Preciosidades raras. Quase em extinção.

E no redemoinho da pressa e da correria ficamos envoltos no grande caos da falta de educação. Seres sem um pingo de gentileza. De solidariedade. Foi assim hoje quando encontramos uma pessoa amiga e paramos para nos cumprimentar no corredor de um Shopping. Estávamos na passagem, é verdade. Mas já estávamos saindo dali quando surgiu um homem bem grosseiro e logo reclamou.

Olhei para a amiga, ela olhou para mim. O que fazer?! Rir para não chorar.  Afinal, há comportamentos que além de grosseiros, passam a ser ridículos. Era o caso. Nós é que não íamos perder a paciência e nos estressar com um estressadinho mal educado qualquer!

É bem verdade, que o impulso primeiro que sentimos foi de raiva. Que homem estúpido e grosso. Depois, percebemos que a criatura é produto do seu próprio caos interno onde o espaço da tolerância, da paciência, da solidariedade, do respeito, já virou um deserto de sentimentos.

Então, decidi, aqui, expressar, em prosa e versos, o meu protesto.

Todo dia, toda hora, minutos, segundos, uma eternidade.
Corremos, voamos, subimos, andamos, ao redor, dentro da cidade.
E, aí, velho, moço, jovem, criança, bebê, qual a sua idade?!
Não importa, estamos todos passando pela crise da precariedade.
Precários sentimentos. Tormentos da modernidade.
Onde fica o respeito? A educação? A solidariedade?
Gente humana automatizada. Pronta. Preparada. Para a temeridade.
Caminhamos. Giramos. Cruel humanidade.
Bate no peito para gritar a própria infelicidade.
Perdida. Abatida. Suspensa na falta da gravidade.
Felizmente, no peito ainda bate um comboio de cordas em ritmo também de suavidade.
Não vai ser muito fácil nos desanimar.
A cada barbaridade respondemos assim:
Somos livres e felizes
Senhores do nosso sim
Sim à educação, ao bom coração
E não ao desacato, à arrogância, à prepotência
Eis, aí, a falência  da falta de humanidade
Gritem aos quatro ventos da cidade
Já passamos da idade
De sabermos o que é a verdadeira felicidade
E nós somos felizes
Apesar dos pesares!!


Um ótimo final de semana a todos!! : )


10 comentários:

  1. Agradeço e retibuo aa visita.
    Seu blog e bem interessante.Voltarei para ler mais...
    bjs

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  2. Suzi, eu tenho uma vontade de sair de São Paulo e ir para o fundo do Brasil, lá, não serei um Manuel Bandeira a procura de uma Parságada, mas um ser em busca de outro ser que possa ao pôr do sol dizer simplesmente, Bom dia, meu amigo. Ah! onde perdemos nossa gentileza. Aplausos de pé pela atitude sua e de sua amiga, aplauso de pé pelo post. Um final de semana de paz, alma gentil. Bjos.

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  3. Suziley querida

    tem um provérbio antigo que diz que, se alguém vem te dar um presente e você não o aceita, de quem é o presente? de quem iria de dá-lo não é mesmo? Então quando esses mal educados, intolerantes ou arrogantes vierem agredir-nos deixemos com os eles seus "presentes", como você e sua amiga fizeram, ele só será nosso se aceitarmos o "presente" o retribuindo com outra grosseria, não aceitemos, deixemos os mal educados com seu lixo, não somos caçambas de recolher entulhos.

    Bom domingo, beijos!

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  4. Fizeste da tua justa indignação, uma bela poesia!beijos,chica

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  5. Suziley,

    Muito bom seu desabafo.
    E seu poema, bonito e verdadeiro.
    Posso usá-lo um dia em meu blog?

    Um abraço, com carinho,

    Gislene.

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  6. Muito bom. Tenha um ótimo final de semana.

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  7. Suziley, voce tem um verdadeiro dom de escrever. Faz protesto até em forma de poesia, e muito bem feita. Parabéns. Gosto muito do seu blog. Obrigado pela visita que fez ao meu blog também. Quero lembrar que quando iniciei meu blog e nem sabia direito o que era um Blog, voce foi uma das primeiras amigas a me incentivar e a me dar apoio. Obrigado pela amizade. Que Nossa Senhora lhe retribua ao cêntuplo.

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  8. ainda vou aprender a fazer poesia da minha indignação achei lindo sua forma de ver esses malucos que vivem de agredir as outras pessoas ,como li no comentário aí em cima deixemos com eles os presentes!
    grande beijo e parabéns lindo texto!

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  9. Suas palavras são um bálsamo para o coração!
    Que sentimento lindo te move a escrever, querida Susy!
    Tão bom te ler novamente! Tão bom aqui chegar!
    Que tenha sempre a bravura da indignação e a transforme na suavidade poética a repartir com todos nós!
    Lindo domingo, com muito amor!
    Beijos!

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  10. De coração e plena de alegria, agradeço a todos pelos comentários, pela partilha do ser de cada um. Obrigada Norma, Eder, Van, Chica, Gislene (fique à vontade quanto a utilização do texto), Nilton, Jorge, Eliana e Helô querida, um grande beijo no coração :)

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