quinta-feira, 29 de abril de 2010

Somos seres...parabéns Márcia!!


Foto: Márcia Vilarinho

Hoje, com a autorização da autora, publico, aqui, o texto"Substantivo próprio que forma o coletivo também"! Li e reli várias vezes. E da lição, ali, repassada, nunca me esqueci. Sou grata a você Márcia Fernandes Vilarinho Lopes. Querida escritora, poetisa, eterna aprendiz como ela própria diz. Vivemos num mundo de "rótulos", de "estigmas". Todavia, o que é essencial, é simples. Basta perceber. Somos todos substâncias e não acidentes despersonalizados. Substantivos e não adjetivos. Somos SER. Parabéns Márcia! O seu texto foi publicado aos 07/04/2010 em seu blog Madrigal da Metamorfose http://marciavilarinho.blogspot.com/

"Meus queridos amigos podemos dizer amigos, todos, de norte a sul, globais e extra-globais, que existe abaixo do texto um conversor de idiomas e para aqueles a quem o conversor não alcançar, por certo a mente conseguirá falar muito além do que podem as palavras.


Venho ponderar, refletir, revelar e relatar que me foi dado, e a tantos outros, posso lhes dizer que um sem fim, o rótulo de deficientes, como se fôssemos, por exemplo, vidros de remédios, que precisam de bula, e têm rótulo, para alguns até eu assinalaria “tarja preta”, ou até mesmo potes de ingredientes, sei lá, que essa coisificação do ser me incomoda. E por que remédios? Porque, na verdade, para muitos essas deficiências que se vêm são remédios para os karmas adquiridos...Possa ser? Mas, só para nós???!!!

Metáforas à parte, e ironias também, tenho vindo refletir, sobre vários temas, livre no meu caminhar, poesias, crônicas, textos, que espero não sejam palavras ao léu, e se o foram até então, neste momento, por certo, não o serão.

Tenho visto muita gente me chamar, por exemplo, entre outros petulantes rótulos “cadeirante” e meu olho se estatela, pra rimar com a minha costela, que também veio da de Adão. Eu me recuso a aceitar semelhante título, até porque sou substantivo e não adjetivo.
Quem sou, vamos nos recordar? Às vésperas do meu aniversário uma “senhoura”, já beirando alguns anos de rota, trilhas, experiências, amores, vida, alegria, espetáculo de vivência, de fé, coragem, maternidade, maternalização, viuvez, sonhos, paixão, trabalho árduo, realizações, aprendizados, dores e carinho.Perfeita? Não. Plena. Então além de substantivo eu também aceito o advérbio de modo. Como estou? Plena.


Plena inclusive desses rótulos multifacetados e multiaplicados, que deixam desaparecer o nome, a forma, o ser, do verdadeiro cidadão, que deve chegar antes da cadeira, da muleta, do cão treinado, da bengala, branca ou marron, dos óculos de grossas lentes, do corpo disforme...até por excesso de comida...até por carência alimentar...e outros tantos aparatos de sustentação.


Plena ainda, de preconceitos velados, sob o manto detestável da suposta e irreal capacitação. Cercada de tantos estudos eu não vejo a solução. Tantas pessoas me tomam a vaga especial, de roldão. Outro tanto delas não consegue naturalmente dar a sua mão, para andarmos de mãos dadas, tão gostoso e tão bom. Não!! Repletos de dogmas imaginam que o pobre deficiente pode de repente se apaixonar e amar e sensorialmente sentir, olha que beleza de pleonasmo. E aí você tem a mão ajuda, a mão cuidado, a mão repulsa, a mão que empurra, que acomoda a direção, a mão que é um não....e todas sem nenhuma expressão.


Queridos elos, a vida é soma de qualidades, lembrem-se do uso do filtro solar, levando a resultados e crescimentos tanto úteis quanto inúteis...e também é feita da soma das dificuldades caracterizando tanto descobertas de soluções como de destruições.


E se nos pusermos a refletir vamos sentir e perceber que há dualidade em tudo desde o nascer. Para a noite há o dia. Para o corpo há a alma! Para o defeito a hipocrisia? Ou para o defeito a sustentação? E ainda para o defeito a aceitação! E mais, para o defeito a correção! E assim parece que vamos saindo do lado avesso da via.


Bom meus amigos, porque estou a falar tudo isso. Ah! Porque eu me lembrei que não deveria esquecer nunca de dizer, olhemos todos ao nosso redor e tentemos, mas tentemos mesmo, pra valer, pra arrancada final, da pacificação e soma social, ver no outro o substantivo próprio, masculino ou feminino, ou nem uma coisa nem outra, e vamos nos estendendo as mãos, em soma de realização, sem tanta preocupação com o rótulo de identificação, que é subjetivismo...autêntico...e...de carregação.


Senhores com nomes, somos seres humanos exercendo o humano de nossos seres, vamos então finalmente ser de verdade e se a alguém ouvirem dizer cadeirante expliquem que a cadeira não faz parte do ser, e não chamemos a ninguém de pisantes, enxergantes, eficientes, normóides e outros rótulos mais, próprios, isso sim, para coisas e não para pessoas.


Ah! A todos aqueles que como eu andam de mãos dadas...meu sorriso mais feliz…e vou parar por aqui...com apoio na minha cadeira...apenas pra ir e vir...tá... sem deixar de ser Márcia Fernandes Vilarinho Lopes, substantivo próprio que forma e conforma o coletivo também". (Márcia Vilarinho, 07/04/2010).

10 comentários:

  1. Suzilley, meu bom dia a você.
    E também meus agradecimentos por tal belo texto nesta manha de quinta.
    Certamente, logo depois de escrever estarei visitanto a página de Márcia, o texto que nos toca de forma imensurável.
    Não pelas palavras, mas sim pelas verdades na essência de cada uma delas.
    Desejo a você uma ótima e iluminada quinta feira.

    Beijos!

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  2. OLÁ, MARAVILHOSO TEXTO... ADOREI SIMPLESMENTE... ABRAÇO DE CARINHO,
    FERNANDINHA

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  3. Minha tão querida Suziley, Hamilton, que já mora no meu blog também, e Fernandinha, obrigada pelo carinho e que esse texto possa, realmente, ser levado a quantos pudermos, pois é destinado a cada um de nós. Obrigada pelo carinho de cada um de vocês. Beijos

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  4. Agradeço de coração a você Márcia e também as presenças e comentários dos queridos Hamilton e Fernandinha. Com certeza, o texto é de rica aplicação para todos nós!! Obrigada!! Beijos nos seus corações! :)

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  5. Muito bom o texto, gostei demais, repassei para o pessoal do curso.

    Bjss

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  6. Saludos desde México y gracias por seguir mi blog de letras.

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  7. Oi, Ronaldo, também gostei do texto da Márcia. Faz-nos refletir. Beijos no seu coração, ;)

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  8. Texto lindo, Suzi. Emocionante!

    Bela escolha para nos fazer refletir sobre um assunto tão denso. Somos seres e não coisas.

    Obrigado pelo seu carinho de sempre.

    Um beijãoooo.

    Pedro Antônio

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  9. Bom dia, querio Pedro:
    Com certeza, somos seres humanos e não coisas. Adorei o "novo visual" do seu criativo blog, viu?!! Um bom final de semana prá ti, beijos no seu coração, ;)

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