“The Rose Garden” – Paul Klee
Minha idéia é meu pincel
a tela é meu coração
Olhando o Jardim das Rosas
De outro jardim me lembrei
Um mundo das maravilhas
Alice, ali, encontrei
Já não estava tão menina
Crescida ainda buscava as respostas
Rosas e cidades se fundindo
na pintura dos seus sentimentos
Cores fortes e ritmadas
na partitura Kleeniana
Encontrar-se a si própria
O mundo não é só cor-de-rosa
Mas é da cor que quisermos ser
Transformação operada
A lagarta já é borboleta
E você Alice constitui-se a resposta
Que tanto ansiava ter
A vida está dentro de ti!!
E assim na tela de Lewis Carroll (Down the Rabbit-Hole - "Alice in Wonderland") é "…o jardim mais encantador que já se viu". A visão da doce menina Alice.
E, mais tarde, na tela de Burnt Norton (No. 1 of "Four Quartets" - T.S.Eliot) eí-la Alice na seguinte visão:
"Ecoam passos na memória
Ao longo das galerias que não percorremos
Em direção à porta que jamais abrimos
Para o roseiral".
E no mundo fantástico das idéias pintamos os sentimentos da cor das rosas de Alice. Telas de imaginação. Expressionismo transcendental. Visão essencial do artista. Eis, então, a minha participação na bela blogagem coletiva do blog Café com Bolo da querida Glorinha L. de Lion, Minha idéia é o meu pincel!!
Alice da nossa infância e da atualidade também. Partilho com vocês os sentimentos que senti quando o seu novo filme assisti. O texto foi escrito por mim e publicado, aqui, aos 26/04/2010, sob o título:
O retorno de Alice...
O clássico da literatura infantil, criado pelo escritor e matemático Charles Lutwidge Dodgson (1832-1898), em 1864/1865, sob seu pseudônimo Lewis Carroll, ganha nova forma e interpretação cinematográfica desde a sua primeira filmagem em 1903. Trata-se do conto inglês bem conhecido de todos nós, Alice no País das Maravilhas, que há muito pertence ao universo das estórias contadas e recontadas às crianças de várias gerações.
“Tudo tem uma moral: é só encontrá-la” escreveu Lewis Carroll. Entender o que ele quis dizer e encontrar a sua própria lógica torna-se, de fato, um desafio ao enigma que foi a sua própria vida. A literatura de Carroll pertence ao gênero denominado nonsense. Expressão de origem inglesa que denota algo sem nexo. Bem apropriado ao mundo fantástico e surreal dos sonhos de Alice. Aliás, o sonho é assinalado por uma lógica do absurdo. E na primeira versão, Alice tem seus 11, 12 anos. E tudo naquele belo mundo que se lhe apresenta é para ela maravilhoso e fascinante. É a passagem da sua tranquila meninice para a inquietante adolescência.
Com a estória que conhecíamos desde crianças, na cabeça, fomos assistir a nova Alice no País das Maravilhas de Tim Burton. Burton lança um novo olhar sobre a obra de Carroll. Ousa imaginar uma continuação, um retorno. E, aí, reside a sua criatividade. O diretor mesmo possuindo predileção pelo sombrio e aterrorizante, imprime ao filme, que tem a marca da Walt Disney, ares de uma vitalidade estética e transcendental. Trata-se, na essência, da mesma Alice, todavia, agora, já uma jovem que está saindo da conturbada adolescência a caminho da juventude. Órfã de pai, com sua mãe e uma irmã casada, é herdeira de um comerciante internacional. Com apenas 19 anos está prestes a ser pedida em casamento por um nobre de Oxford. Pressionada pela imposição da sociedade de sua época, Alice dá novamente asas à sua imaginação e sai correndo atrás do Coelho Branco. Precisa encontrar-se a si mesma. Tomar consciência de quem realmente é e o que quer para sua vida. Necessita posicionar-se perante o mundo dos adultos ao qual pertencerá. E assim, novamente, cai na toca e chega ao mundo subterrâneo. Tudo, ali, para ela é estranhamente “novo”. Todavia, os personagens são os mesmos. Bizarros e psicodélicos. O Coelho Branco, os Gêmeos Tweedle-Dee e Tweedle-Dum, o Gato esvoaçante, a Lebre de Março, o Chapeleiro Maluco, a Rainha de Copas, o Valete, a Lagarta, e outros. Ali, Alice descobre que depois que partiu, a Rainha de Copas destruiu o reino da Rainha Branca e subjuga a todos com tirania e crueldade. Somente o Chapeleiro Maluco reconhece na “nova” Alice a mesma menina que, ali, já estivera. Aliás, Alice reconhece que as melhores pessoas, muitas vezes, são os que, aparentemente, parecem “loucos”. Loucos porque fogem à regra pré-estabelecida para cada um dentro de uma sociedade dita “racional”.
E a profecia dizia que somente Alice poderia enfrentar e derrotar o Dragão Jabberwocky e devolver o reinado à Rainha Branca. E assim foi. A jovem personagem consegue vencer o seu próprio medo e, finalmente, tomar nas mãos as rédeas do seu próprio destino. Encontra a sua resposta. Volta à realidade e recusa um casamento arranjado e sem amor. Enfrenta as críticas da sociedade. Adverte o seu cunhado infiel. Aconselha a sua tia senil a procurar ajuda médica. Empreende, juntamente, com seu ex-sogro/sócio, uma viagem dos negócios aos quais se dedicará. Parte para além do seu pequeno mundo. E, está lá, já transformada, a borboleta azul simbolizando uma nova vida. Um futuro promissor, livre e responsável.
É o que acontece com cada um de nós. Não só na passagem da meninice. Da adolescência. Da fase adulta. Da velhice. Da morte que é transformação. Mas em todos os momentos. Em todos os instantes. Estamos sempre enfrentando os nossos medos, as nossas “Rainhas de Copas”. Mas, ao final, conseguimos ouvir a nossa própria essência, os nossos próprios “Chapeleiros Malucos”. Na lógica do absurdo, há alguma razão que, certamente, conseguimos encontrar quando, de fato, nos comprometemos em conhecermos a nós mesmos para, aí, sim, decidirmos ser felizes. Bela “roupagem”. Parabéns Tim Burton!
Parabéns a você também Glorinha pela tela escolhida. Sentimentos e lembranças. Pintura, música, palavras escritas. Na tela vida. A arte cinematográfica. Mistura de expressão. Fantástico mundo do coração!! Obrigada.
Um bom dia a todos!! : )
Oi, Suzi amiga
ResponderExcluirVc sempre caprichando, menina!!!
Post rico...
"Crescida ainda buscava as respostas"... vc pensou também em mim, foi???
Chego da roça e vi também ruelas... rosas... bem rosadas, certamente!!! E sem agrotóxico...
Bjm sereno do interior
Oi, Rosélia querida:
ResponderExcluirRosas são maravilhosas, não é?!! Que bela viagem você fez. Vida saudável. Maravilha!! Obrigada pela partilha, pelo carinho amiga. Um grande beijo no seu coração :)
Olá Suziley!
ResponderExcluirLinda sua participação e pelo visto, mais uma escritora na blogosfera. parabéns!
bjs cariocas
OláSuzy,
ResponderExcluirGostei bastante desta sua ideia de ligar a outros jardins, optando por desenvolver o da Alice.
Belo poema e texto muito bom.
Abraço
António
Que maravilhosda participação e que legal ver como cada um interage com a tela...beijos,chica
ResponderExcluirLindo, Susiley! Arte puxa arte, uma ideia, outra...e assim vamos nós, pelos jardins de Alice, de Klee, da nossa imaginação. Como eu imaginava cada ideia é um pincel e, com eles, andamos a colorir o mundo! Obrigada, bjs,
ResponderExcluirMuita arte e leveza...
ResponderExcluirPinturas e coração...
Tela e paixão...
Bom dia !
Beijos no coração
Impossivel nao passar por aqui...sou viciada nesse cantinhoo, mas tambem nao é pra menos ne,so tem coisa boa de se ler e se ver por aqui!
ResponderExcluirEu gostei da mistura da tela com a vida e questionamentos da Alice!
ResponderExcluirUma verdadeira ARTE seu post amiga.
ResponderExcluirbeijooo.
Muito boa idéia ao unir as artes e explorar o autoconhecimento. Tem sido interessante observar o enfoque de cada pessoa.
ResponderExcluirComo uma imagem se transforma a cada olhar.
bjs
Muito pertinente a sua postagem sobre o filme de Alice, no país das maravilhas e a união com a blogagem coletiva. Como tenho imaginação fértil, logo imaginei o Coelho Branco pulando de telhado em telhado e Alice correndo atrás! :)
ResponderExcluirBoa blogagem! Beijus,
Suzi que coisa mais bela!
ResponderExcluirAmo jardins e flores. Essa ligação que você fez, partindo do Olhar de Alice... magnífico! Belo, adorei!
Jardins são mesmos belos, Márcia querida!! Obrigada pela partilha, beijos no seu coração :)
ResponderExcluirOi, Luma:
ResponderExcluirTambém imaginei o Coelho pulando...hehehe!! Obrigada pela partilha, beijos, boa noite :)
É verdade, é uma riqueza de olhares. Obrigada, pensando em família :)
ResponderExcluirArte da amizade, obrigada Ana querida amiga, beijos :)
ResponderExcluirOi, Lu:
ResponderExcluirFico feliz que tenha gostado. Agradeço pela partilha. Beijos no seu coração :)
Oi, Sol querida, sempre uma amiga sensível. Agradeço por sua partilha. Beijos no seu coração :)
ResponderExcluirBeijos no seu coração também Camila. Agradeço sua partilha. Boa noite :)
ResponderExcluirOi, Glorinha:
ResponderExcluirEu que agradeço a bela escolha da tela em questão. Dei asas à imaginação. Uma alegria participar da blogagem. Beijos no seu coração, boa noite :)
Oi, Alexandre:
ResponderExcluirQuando quiser volte a Porto Alegre. Aqui, é muito bom. A tela proposta foi sensacional. Dei asas à imaginação. Arte da literatura, da pintura, do cinema. É assim que vamos partilhando o nosso sentir. Agradeço pela partilha. Boa noite, beijos no seu coração :)
Obrigada Chica querida, é muito legal ver como cada um vê e sente a tela. Ainda vou passar por outros blogs também. Um grande beijo, boa noite :)
ResponderExcluirAgradeço por sua partilha, Antônio. Boa noite, beijos no seu coração :)
ResponderExcluirBeijos cariocas é tudo de bom!! Agradeço sua partilha Beth. Foi muito criativa a sua postagem também. Beijos, boa noite :)
ResponderExcluirQue bacana........adorei !!!!bjcas
ResponderExcluirOi, Monique, beijos no seu coração :)
ResponderExcluirOi, Suzy!
ResponderExcluirUm lindo poema, e um belo paralelo com o jardim de Alice. Gostei especialmente dos versos iniciais "minha idéia é o meu pincel, e a tela é o coração"
E da referência à busca pelas respostas, e do encontro com si mesma, na figura de Alice.
Luz e paz!
Socorro Melo
Oi Suzy!
ResponderExcluirQue maravilha!
Parabéns pela criatividade!
Abraços
Lia
Blog Reticências...
Oi, Socorro:
ResponderExcluirAgradeço pela partilha. Um grande beijo no seu coração, bom dia :)
Oi, Lia:
ResponderExcluirUm bom dia para você e agradeço pela visita e pela partilha. Beijos no seu coração :)
Só mesmo uma alma poética traduziria tão lindamenta as artes: da tela e das histórias.
ResponderExcluirMergulhei de novo no universo de Alice transportada por teu texto, tua poesia, tuas imagens, teu carinho.
OBrigada, meiga amiga.
Passar por aqui é um imenso prazer.
Dias ajardinados p/ vc.
Bjkas,
Calu
Oi, Calu:
ResponderExcluirBelos jardins, Alice, poesia e a arte do coração. Obrigada pela partilha e pelo carinho, amiga querida. Beijos, boa noite :)
Olá Suziley,
ResponderExcluirObrigada pela tua visita ao meu blogue, eu ainda não sei quem participa nesta blogagem!
Considero que a tua prestação foi muito interessante e completa. Escreves bem! È claro que te vou seguir.
Beijinhos,
Manú
Oi, Manuela:
ResponderExcluirEu também não sei de todos que participam na blogagem coletiva. Tenho visitado quem consigo descobrir. Obrigada por sua visita e pelo carinho. Uma ótima semana para você, beijos :)