Se tem algo que me tira do sério é falta de educação. Na rua, no trabalho, no trânsito, nas filas, em casa, seja onde for, é preciso estar atento às regras de civilidade. No velho mundo pós-pós-pós moderno, parece definitivamente não haver espaço para o cultivo da paciência e para o exercício da tolerância. Paciência e tolerância. Preciosidades raras. Quase em extinção.
E no redemoinho da pressa e da correria ficamos envoltos no grande caos da falta de educação. Seres sem um pingo de gentileza. De solidariedade. Foi assim hoje quando encontramos uma pessoa amiga e paramos para nos cumprimentar no corredor de um Shopping. Estávamos na passagem, é verdade. Mas já estávamos saindo dali quando surgiu um homem bem grosseiro e logo reclamou.
Olhei para a amiga, ela olhou para mim. O que fazer?! Rir para não chorar. Afinal, há comportamentos que além de grosseiros, passam a ser ridículos. Era o caso. Nós é que não íamos perder a paciência e nos estressar com um estressadinho mal educado qualquer!
É bem verdade, que o impulso primeiro que sentimos foi de raiva. Que homem estúpido e grosso. Depois, percebemos que a criatura é produto do seu próprio caos interno onde o espaço da tolerância, da paciência, da solidariedade, do respeito, já virou um deserto de sentimentos.
Então, decidi, aqui, expressar, em prosa e versos, o meu protesto.
Todo dia, toda hora, minutos, segundos, uma eternidade.
Corremos, voamos, subimos, andamos, ao redor, dentro da cidade.
E, aí, velho, moço, jovem, criança, bebê, qual a sua idade?!
Não importa, estamos todos passando pela crise da precariedade.
Precários sentimentos. Tormentos da modernidade.
Onde fica o respeito? A educação? A solidariedade?
Gente humana automatizada. Pronta. Preparada. Para a temeridade.
Caminhamos. Giramos. Cruel humanidade.
Bate no peito para gritar a própria infelicidade.
Perdida. Abatida. Suspensa na falta da gravidade.
Felizmente, no peito ainda bate um comboio de cordas em ritmo também de suavidade.
Não vai ser muito fácil nos desanimar.
A cada barbaridade respondemos assim:
Somos livres e felizes
Senhores do nosso sim
Sim à educação, ao bom coração
E não ao desacato, à arrogância, à prepotência
Eis, aí, a falência da falta de humanidade
Gritem aos quatro ventos da cidade
Já passamos da idade
De sabermos o que é a verdadeira felicidade
E nós somos felizes
Apesar dos pesares!!
Um ótimo final de semana a todos!! : )